Eu gosto de um menino e ele não gosta de mim

A sala de aula estava cheia de risos, murmulhos e movimento frenético. Enquanto todos pareciam envolvidos em seus próprios mundos, eu me encontrava em um emaranhado de emoções confusas. O motivo? Um sentimento que se alojou em meu peito, como uma borboleta ansiosa, sempre que eu via o Lucas.

Eu gostava de um menino, e ele não gostava de mim. Parecia simples quando colocado assim, mas, para mim, era um turbilhão de sentimentos que eu mal conseguia compreender. Lucas era o tipo de garoto que fazia corações baterem mais rápido apenas por entrar na sala. Seus cabelos bagunçados, sorriso cativante e olhos que pareciam decifrar a alma de qualquer um, mexiam comigo de uma forma que eu não sabia explicar.

Nossas vidas se entrelaçavam diariamente na sala de aula. Estávamos na mesma turma, compartilhávamos risadas durante os intervalos e eu, invariavelmente, encontrava desculpas para passar perto da sua carteira. Mas, apesar de meus esforços, ele parecia não notar meu crescente fascínio.

Havia algo de dolorosamente comum em gostar de alguém que não sentia o mesmo. Cada olhar não correspondido, cada tentativa sutil de chamar sua atenção, era como um pequeno golpe no meu coração. Eu me via envolvida em pensamentos incessantes sobre o que poderia fazer para mudar essa dinâmica, mas a realidade era implacável.

Numa tarde fria de inverno, resolvi desabafar com minha melhor amiga, Ana. Nosso cantinho favorito no pátio da escola, sob a antiga árvore de bordo, tornou-se o palco do meu desabafo. O vento sussurrava entre as folhas secas enquanto eu tentava encontrar as palavras certas.

“Ana, eu preciso te contar algo. Eu gosto de um menino, e ele não gosta de mim, ” eu disse, soltando as palavras com um suspiro pesado.

Ana me olhou com compreensão nos olhos, como se já soubesse da confissão antes mesmo de eu dizê-la em voz alta. Ela sorriu de maneira reconfortante e disse: “Às vezes, a vida é assim, sabe? Mas não deixe que isso te defina. A pessoa certa vai aparecer na hora certa. “

Eu sabia que as palavras de Ana eram verdadeiras, mas ainda era difícil aceitar a realidade. Mesmo assim, aquele desabafo me trouxe um alívio momentâneo. A simples verbalização do que eu sentia tornou o fardo um pouco mais leve.

Os dias se passaram, e, gradualmente, percebi que minha vida não girava apenas em torno daquele sentimento não correspondido. Comecei a encontrar alegria em outras coisas, em amizades verdadeiras e em descobrir mais sobre mim mesma. Aos poucos, percebi que o mundo era vasto e cheio de possibilidades além do meu pequeno universo romântico.

Então, enquanto o Lucas continuava a ser o menino pelo qual meu coração suspirava, eu aprendi que a vida seguia adiante. Aos poucos, a borboleta ansiosa no meu peito se acalmou, e eu descobri que a felicidade estava mais acessível do que eu imaginava.

4 Comentários
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Marisa
5 months ago

Lindo e tocante seu conto e a língua surpreendentemente usada de forma correta, inclusive, com uso de uma palavra não tão comum para a maioria das pessoas: murmulhos. Tenho um ótimo vocabulário e não a conhecia. Você leva jeito com a escrita. Continue. Abç

Geraldo
5 months ago

Na vida, incluindo ela, pode ter “tênue linha”! Sentir atração ao ponto de fazer da pessoa o nosso único foco, pode gerar uma avaliação de baixa auto estima, por isso, há tanto ego inflado e Não “amores correspondidos”! Traduziu bem esse contexto: poeticamente!

Pedro
5 months ago

Normal, acontece com todo mundo acho eu, já me apaixonei por uma menina que não gostava de mim mas vida que segue, um dia você vai achar alguém que goste de você

Cruel Summer
5 months ago

Tá ouvindo muito a Taylor Swift, amiga